Pilar Olivares/Reuters
O abate de bovinos chegou a 6,96 milhões de cabeças e voltou a subir no 1º trimestre de 2022, após dois anos de queda na comparação com o mesmo período do ano anterior, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (8) pela Estatística da Produção Pecuária, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A quantidade de cabeças abatidas entre janeiro e março representa um aumento de 5,5% na comparação com os três primeiros meses de 2021, mas manteve-se praticamente estável ante o quarto trimestre do ano passado.
Para Bernardo Viscardi, supervisor da pesquisa, o aumento do corte de bovinos foi influenciado pelo maior abate de fêmeas, que vinham sendo poupadas pelo produtor para procriação, devido à valorização do preço dos bezerros. “Além disso, houve recorde de exportação de carne bovina para um primeiro trimestre”, explica ele.
No mesmo período, houve o abate de 13,64 milhões de cabeças de suínos, recorde para um primeiro trimestre, e o de frangos caiu, tanto na comparação anual quanto na trimestral, mas ainda assim representa o segundo melhor trimestre da série, iniciada em 1997, com 1,55 bilhão de cabeças.
Ao comentar especificamente os suínos, Viscardi destaca que a carne seguiu a tendência de alta, por ser uma proteína substituta da carne bovina. “Junto com esse recorde, houve uma queda nas exportações em comparação com o mesmo período do ano passado, o que aumentou a oferta no mercado interno”, afirma o pesquisador.
“O aumento da oferta num cenário de demanda enfraquecida por conta do menor poder aquisitivo das famílias contribuiu para a queda nos preços pagos ao produtor na comparação anual”, completa Viscardi.
Em relação ao mesmo período de 2021, foram 361,75 mil cabeças de bovinos a mais, com aumento mais significativo em São Paulo (+ 92,79 mil cabeças). Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 16,1% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (11,3%) e São Paulo (11%).