O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira (7) ao cargo de premiê depois de sofrer intensa pressão política e da opinião pública nos últimos meses. Apesar de nunca ter sido unanimidade diante do Parlamento, a imagem do líder britânico foi sendo cada vez mais arranhada com escândalos após escândalos. Entenda em sete pontos o que levou Johnson à renúncia e quando ele deixará efetivamente o cargo
Com uma gestão conservadora e restritiva durante a pandemia de Covid-19, o Reino Unido conseguiu enfrentar a doença com grande esforço da população. Entretanto, os britânicos descobriram meses depois que Johnson participou de encontros festivos dentro da sede do governo, infringindo as próprias regras que o país havia promovido. Em um primeiro momento, o premiê resolveu justificar as festas, mas em seguida pediu desculpas ao povo do país
Os encontros eram o início do fim de um político que nunca foi unanimidade entre o povo do Reino Unido. O cabelo sempre bagunçado do líder conservador contrasta com o jeito britânico, que não tolera grandes gafes, que se tornariam comuns no governo de Johnson
Conhecido por ser falastrão, Johnson fez um comentário sexista nas últimas semanas ao dizer que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não invadiria a Ucrânia se fosse uma mulher. Segundo o premiê britânico, este ato do líder russo é um “traço de masculinidade tóxica”
O aumento do custo de vida no Reino Unido, alvo de protestos contínuos da população, foram um dos motivos que mancharam mais ainda sua imagem com o público. A saída do país da União Europeia — conhecida como Brexit — fez com que a nação perdesse milhares de trabalhadores estrangeiros europeus, causando um caos no abastecimento de mercados e postos de combustíveis por falta de motoristas de caminhão. É válido destacar que o principal objetivo de Johnson no poder era conduzir o próprio Brexit
A gota final para a base aliada do primeiro-ministro no Parlamento foi a renúncia de Chris Pincher, vice-líder do partido Conservador, após um escândalo sexual. Chegou ao conhecimento público que Johnson sabia destes comportamentos de Pincher desde 2019, mas mesmo assim resolveu envolvê-lo no governo
A reputação de Johnson, já extremamente desgastada com o público, terminou de ruir com a renúncia de dezenas de pessoas envolvidas no gabinete do premiê, incluindo ministros de pastas importantes, como Finanças e Saúde
Embora tenha renunciado, Johnson continuará no comando do Reino Unido por alguns meses. O Partido Conservador deve escolher nas próximas semanas um novo nome para substituir Johnson, provavelmente a partir de outubro, como seu líder e, por consequência, como chefe de Governo