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Gene encontrado em elefantes pode ser chave para evitar o câncer, dizem cientistas

Elefantes têm taxas significativamente menores de câncer que humanos

Elefantes têm taxas significativamente menores de câncer que humanos

Pixabay

Cientistas do Reino Unido deram mais um passo para entender como a genética dos elefantes poderia ajudar humanos na prevenção do câncer.

Em um artigo recente publicado na revista Molecular Biology and Evolution, pesquisadores das universidades de Oxford e de Edimburgo usaram modelos de bioinformática do gene supressor de câncer p53 para mostrar como 20 moléculas diferentes, exclusivas dos elefantes, são ativadas para aumentar a sensibilidade e a resposta contra condições cancerígenas.

Assim como os elefantes, os humanos têm uma constante replicação de células, em que o DNA é copiado constantemente. Esse processo resulta em alguns erros, muitos deles reparados pelo próprio organismo.

Fatores genéticos e externos podem acelerar as taxas de mutações celulares e levar à acumulação desses erros, aumentando o risco de formação de tumores, algo que é raro ocorrer nos elefantes.

Em comunicado, os autores do trabalho explicam que, “apesar de seu grande tamanho corporal e uma expectativa de vida comparável à dos humanos, a mortalidade por câncer em elefantes é estimada em menos de 5% [em vez de até 25% em humanos]”. Essa particularidade intriga pesquisadores há alguns anos. 

A explicação científica para a alta resistência dos elefantes ao câncer envolve suas 20 cópias do gene p53 – o “guardião do genoma” –, em comparação com o único gene p53 encontrado em outros mamíferos.

Quando uma célula é replicada com DNA não danificado, a proteína p53 não precisa exercer seu papel, sendo inativada por outra proteína, o oncogene MDM2.

A interação regulada entre a p53 e a MDM2 nos elefantes foi objeto do estudo publicado recentemente.

Os pesquisadores descobriram que os elefantes possuem várias isoformas de p53 com diferentes capacidades de interagir com o oncogene MDM2. Segundo o professor Robin Fåhraeus, coautor do estudo, o achado “oferece uma nova abordagem excitante para lançar uma nova luz sobre a atividade supressora de tumor do [gene] p53”.

Os autores destacam que a compreensão de como as moléculas do p53 são ativadas cria uma perspectiva interessante para que, no futuro, medicamentos possam ser desenvolvidos para humanos.

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