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Nesta semana completa-se 130 anos de nascimento de um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, embora ele não seja tão conhecido pelo público. Estamos falando de Arthur Friedenreich, um paulista de 18 de julho de 1892 que, segundo uma informação falsa muito difundida, teria feito mais gols que Pelé.
Conhecido como Fried, o atacante iniciou a carreira ainda na primeira década do século passado, em 1909, pelo Germânia, e ficou 26 anos atuando por diversos times, como o Paulistano e Ypiranga (tradicionais clubes paulistas), além de gigantes ainda em atividade no país, como Santos, São Paulo e Flamengo. Ele morreu em 6 de setembro de 1969, com 77 anos.
A grande polêmica relacionada ao jogador tem a ver com a quantidade de gols que marcou na carreira. Desde o século passado, é dito que Friedenreich teria marcado 1.329 gols, o que faria dele o maior artilheiro da história do futebol, inclusive à frente de Pelé, que tem 1.281.
Os números do artilheiro teriam sido levantados por um ex-companheiro de equipe, Mário Andrada, que afirmava que Fried havia marcado 1.239 gols. Esse dado, no entanto, que não seria suficiente para passar Pelé no ranking, nunca foi comprovado.
A confusão com o suposto recorde do jogador ganhou força na década de 1960 graças a um erro de digitação. No livro Os Gigantes do Futebol Brasileiro, escrito por João Máximo e Marcos de Castro, ao se referir aos supostos gols de Fried, em vez de 1.239, eles escreveram 1.329.
Ou seja, nem o recorde nem parte considerável dos gols marcados podem ser comprovados devido à falta de registros e súmulas dos jogos disputados em sua época.
Segundo dados obtidos através do Centro de Referência do Futebol Brasileiro, com todos os registros encontrados, foi possível confirmar que Fried marcou 595 gols em 605 jogos. Um feito impressionante, que o deixou com uma média de 0,98 gols por partida.
Friedenreich: média de 0,98 gols por partida (595 gols);
Pelé: média de 0.94 gol por partida (1281 gols);
Messi: média de 0.79 gol por partida (769 gols);
Cristiano Ronaldo: média de 0.72 gol por partida (815 gols);
Maradona: média de 0.50 gol por partida (345 gols).
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Para a Fifa, organização internacional que comanda o futebol mundial, Pelé fez 1.281 gols ao longo de sua carreira. A marca também é referendada pela Conmebol, orgazinação sul-americana de futebol.
O Guinness World Records, livro de registro de recordes ao redor do mundo, também reconheceu Pelé em 2013 como o maior artilheiro da história do futebol mundial, graças aos seus 1279 gols marcados em sua carreira (2 gols foram desconsiderados pela publicação).
Friedenreich também é lembrado no site do livro dos recordes, em que é citado que ele marcou mais de 1.300 gols em sua carreira, mas que parte deles não foram documentados, invalidando o eventual recorde. Clique aqui e veja a matéria do Guiness (em inglês) em que os dois brasileiros são citados.
Apesar de não ser capaz de comprovar grande parte dos gols de Fried, também conhecido como El Tigre, é inegável que ele obteve sucesso dentro das quatro linhas, sendo um dos primeiros craques do futebol brasileiro, em uma época em que o desporto engatinhava no país.
Entre seus feitos, está o posto de ter sido artilheiro do Campeonato Paulista por oito vezes. Além disso, representou a seleção brasileira em seu primeiro jogo da história, em julho de 1914, assim como participou da primeira vitória da equipe canarinha.
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*Estagiário do R7, com edição de Marcos Rogério Lopes.