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Desembargador mantém decisão que suspendeu processo do TCU contra Deltan

Desembargador mantém decisão que suspendeu processo do TCU contra Dallagnol

Desembargador mantém decisão que suspendeu processo do TCU contra Dallagnol
Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

O desembargador Ricardo Teixeira do Valle Pereira, do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4.ª Região), em Porto Alegre, manteve a decisão de primeiro grau que suspendeu o processo do TCU (Tribunal de Contas da União) que cobra do ex-procurador da República Deltan Dallagnol, que foi coordenador da extinta Lava Jato, e de outros membros da força-tarefa a restituição de valores pagos em diárias e viagens durante a operação.

O desembargador negou um recurso da União para destravar o caso. Com a decisão, o TCU terá que aguardar o julgamento do mérito da ação movida por Dallagnol na 6.ª Vara Federal de Curitiba. O ex-procurador diz que a Corte de Contas quer “puni-lo” por “combater a corrupção” e pede o encerramento do processo.

Em sua decisão, o desembargador Ricardo Pereira considerou que não havia urgência capaz de justificar uma interferência do TRF-4 antes da completa tramitação da ação em primeira instância.

“Há de se frisar, o deferimento do pedido de suspensão só se mostra possível quando devidamente comprovado o risco de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, para preservação do interesse público”, observou. “A despeito da relevância da temática debatida na ação de origem, não se verifica a conjugação dos pressupostos legais exigidos ao deferimento da pretensão demandada.”

Ao mandar suspender o processo no início do mês, o juiz Augusto César Pansini Gonçalves, substituto na 6.ª Vara Federal de Curitiba, considerou o procedimento “ilegal”. Ele disse que Deltan não foi o ordenador de despesas e não “arquitetou o modelo de pagamento das diárias e passagens dos colegas”.

“A concepção do modelo de funcionamento de uma força-tarefa, sobretudo a forma como as despesas serão pagas, foge das atribuições de um procurador da República de primeira instância”, escreveu.

COM A PALAVRA, DELTAN DALLAGNOL

“A decisão do TRF4 é mais uma vitória contra a perseguição atual aos investigadores da Lava Jato e uma prova de que a Justiça funciona na primeira e segunda instâncias, formada em sua maioria por juízes técnicos e concursados.”

“Até agora, temos colecionado vitórias, mas tudo pode mudar nos tribunais superiores. Se isso acontecer, ficará ainda mais nítido para a sociedade brasileira que estamos de fato sendo punidos pelo bom trabalho realizado pela Lava Jato.”

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